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Por que é tão difícil ser feliz?

  • Foto do escritor: Dagostine Leniker Assis de Oliveira
    Dagostine Leniker Assis de Oliveira
  • 17 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 29 de jul. de 2024

Para responder à pergunta acima, façamos uma viagem ao passado..



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O cérebro do homem moderno, com uma incrível capacidade de análise, criação e comunicação, evoluiu imensamente nas últimas centenas de milhares de anos, desde que nossa espécie, a Homo sapiens, surgiu. Nossa mente, porém, não evoluiu para que nos “sentíssemos bem” e assim pudessemos contar piadas, escrever poemas ou dizer “eu te amo”. Nossa mente evoluiu para nos ajudar a sobreviver num mundo cheio de perigos.


Imagine a si mesmo como um ser humano primitivo, caçador e coletor. Quais são suas necessidades básicas para sobreviver e se reproduzir? São quatro: comida, água, abrigo e sexo. No entanto, nada disso importa se você estiver morto. Portanto, a prioridade número um da mente do homem primitivo era estar atenta a qualquer coisa que pudesse lhe fazer mal e evitá-la.


A mente primitiva era basicamente um dispositivo cuja principal função era evitar a morte, e nisso mostrou-se imensamente útil. Quanto melhores nossos antepassados se tornavam em prever e evitar o perigo, mais tempo viviam e maior era sua prole.


Assim, a cada geração, a mente humana foi se tornando mais ágil na previsão e na prevenção do perigo. Agora, após cem mil anos de evolução, ela está de prontidão constantemente, avaliando e julgando tudo o que encontra: será bom ou ruim? Seguro ou perigoso? Útil ou prejudicial? Entretanto, nossa mente não nos adverte sobre mamutes peludos ou tigres-dentes-de - sabre. Em seu lugar estão o desemprego, a rejeição, as multas de trânsito, o constrangimento público, o câncer e outras mil e uma preocupações cotidianas. O resultado é que gastamos uma enorme quantidade de tempo aflitos com situações que, muito frequentemente, nem chegam a acontecer.


Outro fator essencial à sobrevivência de qualquer humano é pertencer a um grupo. Se o clã nos expulsar, logo seremos atacados pelos lobos. Então, de que forma a mente nos protege da rejeição? Comparando-nos a outros membros do clã: será que me encaixo? Será que estou fazendo a coisa certa? Contribuindo o suficiente? Sou tão bom quanto os outros? Será que estou fazendo algo que os leve a me rejeitar?


Soa familiar? Nossa mente está continuamente nos protegendo da rejeição e nos comparando ao resto da sociedade. Não é de se admirar que nos desgastemos tanto pensando se vão gostar de nós, nem que estejamos sempre procurando nos superar ou nos diminuir por não estarmos “à altura” dos demais. Há cem mil anos, tínhamos apenas os integrantes do nosso clã de origem como termo de comparação. Hoje, basta uma simples olhada nos jornais, nas revistas ou na televisão para encontrarmos, de imediato, uma multidão de pessoas mais inteligentes, mais ricas, mais magras, mais sexies, mais famosas, mais poderosas ou mais bem-sucedidas do que nós. Comparados a essas sedutoras criações da mídia, nos sentimos inferiores ou decepcionados com a vida. Para piorar, a mente humana está tão sofisticada que é capaz de criar uma imagem fantasiosa da pessoa que gostaríamos de ser -para, em seguida, nos comparar a ela! Que chance poderíamos ter? Sempre ficará o sentimento de que não somos bons o suficiente.


Para qualquer homem das cavernas ambicioso, a regra do sucesso era: tenha mais e estará melhor. Quanto melhores as armas, mais caça será abatida. Quanto maiores os estoques de comida, maiores as chances de sobrevivência em tempos de escassez. Quanto melhor o abrigo, mais proteção contra o mau tempo e os animais selvagens. Quanto maior a prole, maior a probabilidade de que alguns sobrevivam até a idade adulta.


Não é surpresa, portanto, quando nossa mente busca constantemente “mais e melhor”: mais dinheiro, um emprego melhor, mais status, um corpo melhor, mais amor, um parceiro melhor. Se formos bem-sucedidos, se realmente conseguirmos tudo isso, então nos consideraremos satisfeitos por algum tempo. Mais cedo ou mais tarde (em geral mais cedo), vamos querer mais.


A evolução, portanto, configurou nosso cérebro para nos fazer sofrer psicologicamente: comparando, avaliando, criticando a si mesmo, concentrado naquilo que nos falta, para rapidamente nos deixar decepcionados com o que temos e imaginando possibilidades amedrontadoras, que, em geral, jamais se tornarão realidade. Não é de espantar que o ser humano ache tão difícil ser feliz!


Trecho Adaptado: Russ Harris - A armadilha da felicidade


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Dica:

Acompanhe as próximas postagens do blog, irei apresentar uma nova perspectiva

relacionado a felicidade.






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Logotipo Psicólogo

Especialista em Análise do Comportamento.

Atendimento baseado em: Terapia de Aceitação e Compromisso; 

Ciência Comportamental Contextual;

Terapias Cognitivas Comportamentais de Terceira Geração e

Psicologia Baseada em Evidências.​​

"Compromisso não é sobre ser perfeito, sempre seguir em frente ou nunca se desviar. Compromisso significa que quando você (inevitavelmente) tropeça ou sai do caminho, você se recompõe, encontra seu rumo e continua na direção que quer ir.”
- Russ Harris

Dagostine Leniker Assis de Oliveira

CRP: 06/131429

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